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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Documentos curriculares

Acredito na importância de o professor de Artes ter autonomia para realizar suas escolhas no que diz respeito às questões do planejamento, ou seja, aquilo que vai ensinar e como vai ensinar. Porém, o bom uso dessa liberdade passa pela clareza de conceitos artísticos e pelo conhecimento dos documentos curriculares. Acredito que liberdade sem conhecimento pode ser algo desastroso. De que adianta um professor ser livre e fazer os alunos copiarem imagens coladas no quadro, ou colorir desenhos mimeografados?

Falando em documentos curriculares, me remeto aos Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte, os quais apontam que

(...) aprender arte com sentido está associado à compreensão daquilo que é ensinado. Para tanto, os conteúdos da arte precisam ser transpostos didaticamente de maneira adequada. Não precisam ser ensinados obrigatoriamente do mais simples para o mais complexo ou do geral para o específico, mas sua ordem precisa considerar os conhecimentos anteriores dos alunos e seu nível de desenvolvimento cognitivo. A história da arte, por exemplo, não precisa ser apresentada sempre de maneira cronológica para que o aluno aprenda história da arte ou sua cronologia. (Brasil, 1998, p.44, grifo meu)

A Proposta Curricular de Santa Catarina também concorda que não existe a necessidade de trabalhar a Arte na ordem cronológica, iniciando da pré-história até a Arte Contemporânea. Tal documento aponta que a contextualização histórica

encaminha um estudo não linear, em que o objeto artístico e cultural está colocado no tempo e no espaço. A arte, neste caso não está isolada do contexto cultural, da história pessoal do aluno, nem das questões econômicas, políticas, ecológicas e dos padrões sociais que operam na sociedade. (Santa Catarina, 1998, p.198, grifo meu)

Estes dois documentos, junto à Proposta Curricular do município em que o professor atua são instrumentos preciosos para a elaboração do planejamento.

Seguindo os princípios apontados por estes documentos, o ensino de Arte que proponho aos meus alunos não segue uma ordem cronológica. Em 2010, por exemplo, iniciei com minhas 2ªs séries da escola estadual (Santa Catarina) com propostas partindo de uma imagem artística contemporânea, para depois trabalhar a arte pré-histórica e, nos últimos meses, trabalhar arte regional.

Acredito que o importante é tentar estabelecer relações daquilo que se ensina com o contexto dos alunos, verificar os conhecimentos anteriores que eles possuem, considerar seu nível cognitivo e permitir que estes participem das discussões e possam também fazer suas escolhas.

Os documentos curriculares são propostas que precisam ser adequadas a cada realidade. Receitas prontas para se ensinar arte não existe.

Alguém um dia disse que “o caminho se faz caminhando”, e é nisso que acredito. Enquanto professora de Arte procuro, junto a meus alunos traçar caminhos. Podemos, durante a trajetória, pegar diferentes atalhos, abrir novas trilhas, porém, é imprescindível saber onde se quer chegar, ou seja, que conhecimentos se deseja que o aluno se aproprie.

Para quem quiser saber um pouco mais sobre os documentos curriculares aqui citados, seguem os links:

Parâmetros Curriculares Arte

http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/arte.pdf

Proposta Curricular de Santa Catarina

http://www.sed.sc.gov.br/educadores/proposta-curricular?start=1

Um comentário:

  1. Parabéns guria, a cada dia que passa me sinto mais feliz de saber que as crianças do Brasil tem a oportunidade de aprender e viver Arte com uma arte/educadora como você.Mil beijocas arteiras da tua amiga Marilia
    Quanto tiveres um tempinho, vem me visitar aqui http://varaisurbanos.blogspot.com

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